sexta-feira, 23 de abril de 2010

Porque a letra é linda, a música tanto quanto. Porque amanhã deixo Minas,mais uma vez...

DESENREDO

Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro


Por toda terra que passo me espanta tudo que vejo

A morte tece seu o fio de vida feita ao avesso

O olhar que prende anda solto

O olhar que solta anda preso

Mas quando eu chego eu me enredo

Nas tramas do teu desejo

O mundo todo marcado a ferro, fogo e desprezo

A vida é o fio do tempo,
a morte é o fim do novelo
O olhar que assusta anda morto
O olhar que avisa anda aceso
Mas quando eu chego eu me perco
Nas tranças do teu desejo


Ê Minas, ê Minas, é hora de partir, eu vou

Vou-me embora pra bem longe

A cera da vela queimando,
o homem fazendo seu preço
A morte que a vida anda armando,
a vida que a morte anda tendo
O olhar mais fraco anda afoito
O olhar mais forte, indefeso
Mas quando eu chego eu me enrosco
Nas cordas do teu cabelo.

Ê Minas, ê Minas, é hora de partir, eu vou

Vou-me embora pra bem longe...

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Mineirices

Aqui o frio é mais quente

Aqui a montanha está no quintal

Aqui o café é mais forte

Aqui a lua é mais brilhante

As estrelas menos distantes

O espelho mais igual


Aqui a noite é de silêncio

Aqui não tem sirene, buzina

Aqui o pão é mais gostoso

O queijo muito mais saboroso

A água mais limpa

O cheiro mais doce

O verde mais perto

O azul é mais céu


Aqui sou mais calada

Aqui sou mais quieta

Aqui escuto a alma

Aqui enxergo por dentro

Aqui vejo tudo mais calmo

No centro

Tudo mais calmo no centro de mim.