quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Festa de Desaniversário



Aniversariar. Verbo que todo mundo faz, mas nem todo mundo sente. Acho que passamos a sentir os aniversários quando ficamos mais velhos, quando o dia deixa de ser de festa, bolo e velas a soprar e passam a ser dias de memórias, planos e rugas. Uma celulite que você não conhecia. Uma linha de expressão no contorno do sorriso. Um olhar comum no espelho pela manhã. E para os que acreditam nos ciclos, dia de recomeçar com todas as forças.

Aniversariar é nascer de novo, lembrar do útero quentinho que te pariu e encarar o mundo frio em que se vive agora. É ter uma nova chance – e se dar uma nova chance – de começar outra vez, sem medo de abandonar os padrões gastos, os pensamentos repetidos e os sentimentos mofados. Tomar fôlego, como no nascimento, respirando pela primeira vez. Dar-se o direito de abrir os olhos e respirar como da primeira vez. E saber que podemos fazer isso todos os anos pode não mudar a vida, mas dá um alívio...

Hoje eu sofro de aniversário. Completo anos de vida aqui na terra. Trinta e dois invernos renascidos, carregando este ser que habita meu corpo há três décadas. E se aniversário é aquilo que se repete todo ano, hoje eu quero desaniversariar. Não quero repetir nenhuma data, nenhuminha. Não quero meu dia de ano novo igual a nenhum outro - nem igual aos meus cinco anos, com a mesa cheia de doces, a casa cheia de gente e eu vestida de branco com um chapéu super charmoso. Quero dias diferentes, de cores diferentes, outro tom no céu como cenário do meu happy day.


Quero desaniversários! Quero inventar meus renascimentos, criar meus ciclos que forem necessários, sem me repetir. Quero desfazer as idades que já tive para aprender esta que estreia agora. Aprender a ser, e desaprender, e aprender outra vez, de um outro lugar, com outro olhar, outro coração. Desaniversario-me hoje e sempre. Desfaço-me dos trinta e um. Começo a viver hoje, aos trinta e dois. E não peço presentes. Só quero estar inteira, completa, eu-presente aqui e agora, ao lado de quem preciso estar. Novos caminhos, trinta e duas outras possibilidades de ser e viver. E a festa que acontece agora é dentro de mim, só eu posso desfrutá-la. Por fora, silêncio, silencio... desaniversario. 

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Projeto de pós-doutorado


Banho de cachoeira, tatuagem, cinema duas da tarde, namorado novo, amor leve, amor bonito
Vestido de flor, casa enfeitada, cheiro de jasmim, bicicleta, patins, praia com lua cheia
Olhos sem lentes, telefones, gafieira, forró, par de dança
Pés na areia, pés na água, pés na grama, pés na cama, pés descalços
Música alta, livro sem hora, sono sem pressa
Sorvete
Viagem
Pessoas
Arte
Sol
Sorrisos.