quarta-feira, 18 de novembro de 2009

A vida que nunca chega

É uma constante infelicidade

Viver esperando o melhor

Como se o agora nunca fosse suficiente

Como se hoje não fosse o bastante

Como se amanhã tudo fosse mudar.

Viver desse jeito-

Na luta de quem nasceu sem sobrenome ou fortuna pra herdar

Quem tem que comer só pra enganar a fome

Vida de quem ganha pra pagar-

Viver assim pode não ser justo

É cruel como oferecer doce a uma criança

e depois dar-lhe as costas.

Mas se é assim... nem tanto se conformar

Nem tanto esperar

Porque ficar sonhando com o riso, chorando,

Não é sorrir.

Sonhar com o abraço, de braços cruzados,

Não é abraçar.

Plantar um jardim nos planos, durante as propagandas da tv,

Não é cultivar flores.

Esperar que a vida aconteça

Não é viver.

Triste espera, eterna esperança, puras crenças.

Querer que a chuva acabe e tudo se resolva

Esperar o próximo trem ou próxima estação

Esperar estar pronto para se ter a casa e o jardim.

Vontade de ser logo o que o tempo o tornará...

Essa espera cansa, como se a dor não tivesse cura

Como se o pão não alimentasse

Como se a vida nunca chegasse...

3 comentários:

  1. Doçura, eu não pude deixar de me perder e me ver atônito diante da beleza das suas linhas. ao lê-las, inevitavelmente me vem a seguinte imagem na cabeça: "A vida que nunca chega", mas sem dizer, "nunca. Chega, vida". Espero que lhe traga o sorriso que nunca pode desaparecer.

    http://br.olhares.com/fear_of_the_light_foto2543484.html

    ResponderExcluir
  2. Mari: conheci teu blog hoje e adorei...!!! Boas inspirações sempre!!! Saudades de ti!!! Beijos!!!

    ResponderExcluir