sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Pela vida inteira



Muitas pessoas passam pela nossa vida, a todo o tempo, mas existem algumas que seria bom ter por perto pra sempre. São seres especiais, por motivos diversos, cada um com seu tesouro, que a gente simplesmente quer para o resto da vida. Pessoas que conhecemos pouco, outras que conhecemos tanto que, se fôssemos mais sensatos, seria até melhor mantê-las distantes. Mas exatamente por isso, por conhecer demais, que precisamos que estejam conosco. Dessas, tenho alguns poucos grandes amigos. Não preciso citar nomes, eles sabem quem são. Fazem tão parte da minha história que seria injusto se não estivessem presentes nas coisas que ainda tenho a viver. E “presente” nem sempre quer dizer “perto”. Às vezes quer dizer que nos falaremos ao telefone e contaremos as novidades, ou que nos encontraremos no final do ano para rir juntos das aventuras anuais, nossas e dos nossos outros amigos.

Existem outras pessoas, aquelas que conhecemos pouco, que acabamos de conhecer e que, sabe-se lá porque, gostamos “de graça”. É, de graça, sem fazer força, sem precisar de motivos. Gostamos e pronto. Nem sempre elas ficam sabendo o quanto nos fazem bem, nem sempre temos coragem (ou cara-de-pau) de chegar e falar: “Cara, eu gosto muito de você!”. Não falamos porque logo perguntariam o porquê. E não temos a resposta. Mas fato é que essas pessoas marcam nossa vida, ou pelo menos um momento delas, nem precisa ser um momento tão importante. Algumas passam, vão embora, escapam com o vento do outono soprando as folhas amareladas para longe. Nunca mais as encontramos, nunca mais temos notícias, mas sentimos saudades. E quando pensamos, vem aquele desejo: como queria essa pessoa na minha vida! Seja uma amizade, um amor, um colega de trabalho. Elas fariam diferença.

Nem sei porque pensei nisso hoje. Talvez por ter me encontrado há poucos dias com grandes amigos que estão na minha vida há mais de 10 anos. Talvez por querer encontrar alguns colegas que conheci há pouquíssimo tempo, mas que me deixam tão alegres em sua presença; talvez por estar perdendo pessoas com quem imaginei viver muitos anos; talvez por lembrar das pessoas que perdi sem perceber, que passaram por mim, fizeram um bem danado pra minha alma, mas que hoje nem sei que corte de cabelo usam. Talvez porque penso demais.

Melhor mesmo é se acostumar com o ir e vir, o abrir e fechar de portas que fazem no nosso coração, esses tantos homens e mulheres que nos aparecem todos os dias. Melhor é guardar o bem que cada um nos faz, cuidar para que fiquem, e se não ficarem, saber abrir os braços para dizer adeus aos que partem, e receber com alegria os que chegam. E mais importante: dar o melhor de si, para que todos queiram ter você por perto pela vida inteira.

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