segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O que querer

Eu quero só as palavras brandas

Que deixem azul o pedaço de céu da minha janela

Eu não quero o temor da vida, a dúvida do dinheiro nem a tristeza de quem não se deu

Eu não quero o vento forte, a ventania espalhando os papéis da minha mesa

Quero antes a calmaria, o mar tranqüilo

Tarde com café e bolo, como antigamente

Quero bom dia no jantar e cama ao entardecer

Flor quando morrer, música ao levantar

Quero abraço e beijo com gosto de chocolate quente – quando não for verão

E gelo no copo – quando o frio não congelar os meus pés

Quero antes a casa com jardim

E depois as férias

Eu não quero pensar dez vezes antes de falar

Não quero ter medo de pensar

Eu quero o verbo, o sujeito e o predicado

Eu quero antes a palavra – e principalmente a alma – aberta.

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