Eu quero só as palavras brandas
Que deixem azul o pedaço de céu da minha janela
Eu não quero o temor da vida, a dúvida do dinheiro nem a tristeza de quem não se deu
Eu não quero o vento forte, a ventania espalhando os papéis da minha mesa
Quero antes a calmaria, o mar tranqüilo
Tarde com café e bolo, como antigamente
Quero bom dia no jantar e cama ao entardecer
Flor quando morrer, música ao levantar
Quero abraço e beijo com gosto de chocolate quente – quando não for verão
E gelo no copo – quando o frio não congelar os meus pés
Quero antes a casa com jardim
E depois as férias
Eu não quero pensar dez vezes antes de falar
Não quero ter medo de pensar
Eu quero o verbo, o sujeito e o predicado
Eu quero antes a palavra – e principalmente a alma – aberta.
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