quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Na chuva

Parece que chove a minha vida inteira
Corpo molhado de não mais querer
Escorre água, rua, rio
Fria boca da noite que gela por não dizer

Da chuva, sonoro silêncio
Madrugada e tudo já não há
E me lembra Drummond: Minas não há mais...
Nem Rio, nem Tejo, nem outro lugar

Parece que dorme essa chuva inteira
Derrama gota calada sem rancor
Olhos que se fecham e tudo passa
Amanhã sem sangue, sem letra, sem dor

Chove, menino, chora
E toma o chá de alecrim
Nem pense, nem volte, nem fale
A chuva segue pro mar, enfim

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